| CAPs interagem discussões | |
| PorCAROLINA ALBUQUERQUE da Folha de Pernambuco | |
O papel do profissional redutor de danos foi um dos temas polêmicos. “Temos que entender que a política de combate a droga, na verdade, é aprender a conviver bem com ela, não se pode trabalhar com a repressão. Os redutores de danos tratam o usuário de uma maneira diferente do tratamento convencional, como a internação. Ele entende que a vida está acima de tudo e atua no local onde está vivendo este usuário”, disse o especialista em Redução de Danos da Gerência de Atenção à Saúde Mental, Flávio Campos.
O redutor de danos pode ser qualquer pessoa que se preocupe com o problema da droga, que more na comunidade e tenha a sensibilidade de identificar as potencialidades do local. “Nosso objetivo é minimizar o dano provocado pelo consumo do crack e isso é feito através da conversa com os usuários”, explicou o redutor de danos de Olinda, Maurício Luz.
De acordo com a pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (Neip), Luana Malheira, que realizou uma pesquisa com os usuários de crack no Sítio Histórico de Salvador, é preciso que os profissionais da saúde observem os rituais sociais de consumo da droga. “Cada pessoa se relaciona de uma forma diferente com a droga, pois ele está inserido dentro de um contexto social”.
A psicóloga Alda Campos acredita que apesar de a droga ser algo amplamente discutido, os serviços de saúde específicos são insuficientes. “Os usuários de drogas são tratados com estigma pela sociedade. Nós queremos uma política que transforme o viciado em protagonista do próprio tratamento”, declarou Alda. Para Flávio Campos, o atendimento ao usuário de crack deve ser livre de preconceitos. “Não se deve associá-lo à violência, entender a recaída e que não pode desanimar nesse momento”, disse.
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